Uma mistura única de paisagens contraditórias: areias desérticas, vulcão, montanhas com neve no topo, salar branco sem fim e um céu de estrelas simplesmente indescritível!
É o tipo de viagem que exige esforço físico e criativo dos pais para todos aproveitarem, pois não é exatamente o sonho de uma criança. Perguntando para Sofia agora, a ‘neve’ foi a favorita dela e, em sua visão, demorou mais para chegar ao Deserto do que à Disney...
Mas, sem dúvida, dá para fazer esta viagem ímpar com os pequenos e torná-la divertida para eles também: paciência, criatividade e respeito ao ritmo deles são fundamentais.
Há inúmeras opções de passeios, mas tem que ir com calma e saber que não dá para fazer tudo. Grande parte exige certo esforço físico e Sofia, muitas vezes, se cansou e acabou apelando para um ‘cavalinho’ do papai – lembrando que estamos a mais de 2.000m de altitude e o fôlego fica bem prejudicado! Melhor começar pelos programas mais leves para dar tempo de o corpo ir se adaptando e sempre um por dia, pois são cansativos.O passeio favorito da pequena foi o Salar do Atacama com a Laguna de Chaxa. Bem plano (tranquilo...) e ela ficou fascinada ao entender que tudo era de sal, explorando pedrinhas, chão, esculturas. Deserto de sal, paisagem sem fim, branquinha, cortada por lagoas com os lindos flamingos. Lindo, lindo, lindo! Fomos em abril e já não eram mais muitos os flamingos, que estavam em movimento migratório. Ainda assim, é espetacular. Fica a 62 km de San Pedro e a 2.300m de altitude, tranquilíssimo. No caminho, paramos na pequena cidade de Toconao, onde vimos lhamas pelas ruas.



Já o tradicional Valle de La Luna pede que se suba uma grande duna para apreciar o famoso pôr-do-sol e aí o cavalinho do papai teve que entrar em ação de novo (coitado!). Para falar a verdade, a multidão de turistas fazendo o percurso tirou um pouco da ‘poesia’ do passeio. Mas o balanço geral é positivo: diversão nas dunas, uma paisagem que remete à superfície lunar e fotos incríveis! É o passeio mais próximo, fica a 19 km de San Pedro.
O Valle de la Muerte também faz parte deste programa, lindas paisagens que me lembraram muito Canoa Quebrada, no Ceará, sem a praia, é claro. A impressão que se tem é que você está outro planeta ...
Importante também se preparar em termos de roupas: é muuuita areia! Eu fui totalmente despreparada para este passeio: Sofia foi com lindas sapatilhas cor-de-rosa (hahaha!), mas tudo recuperado depois de uma boa lavada. Já o salar é um passeio bem‘limpinho’...
Por onde você anda na cidade, avista o onipresente vulcão Licancabur, que é considerado sagrado pelo povo local. Mas, não se preocupe, pois ele é inativo, só embeleza a paisagem.
Merece cuidado especial o clima extremamente seco: tem que andar sempre com água e levar hidratante para os lábios, para a pele, filtro solar acima de 30 e boné. Um casaco tem que ser o companheiro em todos os passeios, porque, depois que o sol se põe, esfria bem. Em qualquer época do ano, tem que ter sempre uma roupa mais leve para o dia e casaco pesado para a noite. Roupa de banho também deve estar na mala caso queiram visitar as termas.
Em abril, o tempo estava ótimo, só à noite que realmente fazia muito frio. Verão | Outono | Inverno | Primavera |
Min: 16º – Máx 27º | Min: 8º – Máx 24º | Min: 4º – Máx 22º | Min: 8º – Máx 25º |
21 Dez – 21 Mar | 21 Mar – 21 Jun | 21 Jun – 21 Set | 21 Set- 21 Dez |
Fizemos um esquema legal em termos de hotel, com meia pensão. Então, à noite, como era muito frio, não tínhamos que sair para jantar. Ficamos no Kunza, excelente hotel, quarto maravilhoso e serviço muito atencioso: Sofia até ganhou ovinhos na Páscoa. Apesar de ficar longe da vila, tinha transporte à disposição. À noite, eles acendem fogueiras para esquentar um pouquinho e ela ficava maravilhada olhando.
Fizemos tudo pela Lantours: o vôo de Santiago para a cidade de Calama leva umas 2 horas. Lá, uma van da Turistour (agência com a qual fizemos os passeios) nos aguardava, só que tivemos que esperar por outros passageiros, o que foi providencial para comermos alguma coisa. Para chegar a San Pedro de Atacama foram mais uns 40 minutos e, no caminho, já fomos apresentados às paisagens fantásticas do deserto.
Não foi exatamente uma viagem ‘aventura’, fizemos tudo com muito conforto. Mesmo assim, foi possível mostrar lugares incríveis para a pequena. Depende muito do perfil de cada um: há muitas agências de turismo por lá que oferecem todas as possibilidades de passeios (a pé, de bicicleta, de moto, a cavalo...), o importante é não seguir sem guia, pois deserto não tem placa...
Links úteis
O site da cidade tem boas informações para ajudar no planejamento
Outras opções legais de hotéis, sendo que os dois primeiros ficam na vila: